quinta-feira, 11 de abril de 2013

Sobre aulas

Obrigatórias ou eletivas, para público acadêmico ou leigo, em espaços formais ou residências. No último ano, desde que voltei da licença-maternidade para o "mercado de trabalho", minha vida tem sido uma infinidade de antigas e novas possibilidades de lecionar. Sei que no meio em que transito a norma principal é "publish or perish" e me organizo para começar a publicar este ano alguns artigos e me dedicar a uma versão em livro da tese. A verdade, porém, é que descobri depois de balzaquiana que meu coração bate por uma sala de aula mesmo. Quer dizer, por aulas, não necessariamente em salas de aula formais. Tenho tentado na medida do possível sempre inserir uma aula externa em meus cursos, ou aulas-passeio, como preferem meus alunos. E no último mês tenho tido a experiência de lecionar em residências, preparando viajantes a caminho de Israel e Turquia para que cheguem em seus destinos com algum conhecimento mais embasado da história destes, bem como com algumas dicas que dou a partir da minha vivência nestes países. Nos cursos de Oriente Médio gosto de fazer um "Arab Tour" pela Saara (é importante dizer que tenho licença de guia para fazer isso), já visitei com um grupo a Igreja Nossa Senhora do Líbano na Tijuca e já virou tradição a aula em um tradicional restaurante libanês em que discutimos o papel da culinária na memória afetiva dos imigrantes do Oriente Médio, entre outros temas. Estava pensando agora, porém, que a aula mais instigante que já fiz e, que não vejo a hora de repetir, foi uma videoconferência com estudantes de Belém, na Cisjordânia, com meus alunos da Unilasalle, ano passado. Em uma reunião de colegiado o coordenador tinha comentado que havia na sala em questão um aparelho de videoconferência que valeria ser usado. Falou-me também da parceria que tinha sido estabelecida com a La Salle da Cisjordânia (a La Salle está presente em mais de 80 países!) e que poderia me colocar em contato com um professor de lá. Contato estabelecido, aula dedicada a preparar um roteiro de perguntas a serem feitas aos alunos de lá, testes com o equipamento e eis que cedo em uma manhã de novembro passamos quase uma hora conversando diretamente com alunos palestinos muçulmanos de uma universidade católica dos territórios ocupados. Que mundo de possibilidades, literalmente!

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